Celina Freitas: Professora, escritora, poetisa e cordelista comemora 28 anos de carreira. 2p6s58

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Para uma pessoa que se fascina com a calmaria do interior, Celina Freitas está muito além do que se espera de uma pessoa com este perfil. Professora de Língua Portuguesa, escritora, poetisa, cordelista e membro da Academia Literária Virtual do Clube da Poesia Nordestina, Celina também trabalha atualmente como secretária de Educação do município, e ainda encontra um tempinho para organizar feiras de arte literárias e culturais na cidade.

Sua infância inteira foi no sítio, onde dividia sua rotina entre as brincadeiras da época e o trabalho, dentro das possibilidades, como: colocar água em casa, pilar arroz, moer milho, entre outros. 

Celina conta que agradece muito a Deus porque os seus pais deram educação a ela e aos seus irmãos. Mesmo não tendo estudo, eles sabiam das dificuldades que as pessoas enfrentam para sobreviver. 

“Estudei até a quarta série no Pau Branco, na escola Antonio Eleuterio de Freitas e da quinta série até o terceiro magistério no Elisiario Dias. Nós vínhamos a pé todos os dias para estudar em São Miguel. Saíamos antes das 06h00 da manhã para entrar às 07h00 no colégio.” Disse.

Após o magistério, Celina ou no concurso do estado para ser professora e em 1994 começou a dar aulas no Elisiario Dias. “Então, foi a educação que me colocou no melhor caminho, tanto a dos meus pais, como a sistematizada.” Complementa.

Ao perguntarmos sobre o que a arte de ensinar significa pra ela, Celina responde que “Ensinar, dar aulas, é uma coisa fantástica. Eu me encontro, me realizo. O contato com o aprendiz, as orientações dadas para alguém ser mais capaz, é muito satisfatório.”

Já se foram 28 anos dedicados à educação pelo estado e 22 anos pelo município. Formando profissionais que hoje, Celina se orgulha em ter ado por suas salas de aula.

Celina ressalta a riqueza da nossa cultura, da religiosidade e da fé que é uma marca do povo micaelense, do entusiasmo e das pessoas acolhedoras, além é claro do nosso clima serrano que é encantador, porém alerta sobre a necessidade de termos mais incentivos para que possamos mostrar ainda mais as nossas capacidades.

Confira a entrevista na íntegra, logo abaixo.

O micaelense pergunta: Nos fale sobre a sua bibliografia.

Celina Freitas responde: Eu publiquei cinco livros, sendo eles: Trilhando o incógnito (poesias 2014), Os Freitas (história da família 2017), Isso é provérbio explicado(cordel 2018), É brincadeira (cordel 2021), Dona Zélia (história 2021). Gostaria de fazer uma ressalva: Dona Zélia foi escrito primeiro do que É brincadeira, mas devido a pandemia, foi publicado um mês depois. Fiquei com os livros guardados por mais de um ano e como a homenageada não pôde vir na época, fiz o lançamento em São Paulo, em outubro de 2021 e nesse ano, lancei em São Miguel.

O micaelense pergunta: Tem algum título em andamento para ser lançado?

Celina Freitas responde: Estou escrevendo uma história, mas o título ainda não está definido. Os meus leitores vão esperar só mais um pouco. Mas pretendo fazer o lançamento ainda esse ano. Não sei se vai dar tempo, porque ainda não terminei. Mas quero fazer ainda esse ano. Se Deus quiser, faremos, se não, fica para o próximo.

O micaelense pergunta: O que é necessário para escrever um livro?

Celina Freitas responde: A primeira coisa é o desejo, a vontade, depois, saber sobre o que se quer falar. Tendo essas duas coisas, é definir o caminho pelo qual se quer trilhar. Dedicação, tempo, leitura é essencial, pesquisa e trabalho. Porque escrever é bom, é prazeroso, é gratificante, porém é uma espécie de trabalho que necessita aprimoramento, e isso se consegue com a prática. Não sei se alguém já fez essa comparação: escrever é como andar de bicicleta, nas primeiras vezes, você cai, bombeia, alguém precisa segurar até se aprumar, depois você vai sozinho e até colocar os pés no varão, solta o guidom. Com a escrita também é assim, com a prática, você brinca com as palavras. Mas brincadeira séria, respeitosa.

O micaelense pergunta: Porque devemos ter e manter a prática da leitura?

Celina Freitas responde: A leitura educa, ensina, faz você conhecer outras realidades, anima, levanta o seu astral, ela é uma espécie de psicólogo que você precisa. Quem lê não se sente solitário. Não tem solidão, quem tem livros por perto. E acima de tudo, a leitura faz você viajar sem sair de casa. Faz você conhecer outros mundos. Posso dizer que a leitura transforma as pessoas para melhor. Ler é um dos grandes prazeres que não podemos negar a nós mesmos, e sempre que pudermos, proporcionar aos outros.

O micaelense pergunta: Como foi pra você receber o convite e aceitar desempenhar o trabalho de secretária de educação do município?

Celina Freitas responde: “Foi desafiador, porque eu nunca quis outro cargo a não ser professora. Nunca saí para direção, nem coisa parecida. Eu amo dar aulas. É o que eu realmente decidi dentro da educação. Mas como os desafios também estimulam, eu aceitei. Só que já disse logo ao gestor que aceitaria, mas formaria a equipe dentro da secretaria, eu escolheria a equipe de trabalho. É um trabalho enorme, mas muito satisfatório. Acredito que se todas as pessoas se empenham, os resultados serão sempre bons, pois ninguém istra sozinho.

O micaelense pergunta: O que você espera da educação e da cultura da nossa cidade? 

Celina Freitas responde: Eu espero que seja dada à educação, o valor que ela realmente tem. Me refiro a todos, desde a mim mesma, quanto pelos gestores, profissionais, famílias, estudantes e pela sociedade em geral. E sobre a cultura também, que todos os seguimentos da sociedade entendam que a Cultura é do povo e as representações culturais devem ser preservadas, cultivadas e que possam receber incentivos para continuar fazendo da nossa história, uma bela história.

O micaelense pergunta: Qual mensagem ou conselho você poderia nos ar em relação a vida? Sobre o nosso equilíbrio mental, de forma que não perdemos nossa identidade cultural e tudo o que aprendemos na infância?

Celina Freitas responde: Procurar viver bem. Ocupar o seu tempo com coisas boas, alegres que te façam sentir realmente vivo e importante. Boas leituras, atividades físicas, frequentar espaços diferentes, conhecer o nosso município, a história do nosso povo. Temos uma diversidade cultural belíssima. Nós temos muitas riquezas, muitos sítios, muitos espaços dentro da cidade que às vezes são despercebidos. Eu ouvi uma vez um comediante falando, eu não lembro o nome agora, mas ele dizia que “Hoje a maioria das pessoas estão estressadas, com ansiedade porque só faz a mesma coisa repetidas vezes, só anda pelo mesmo caminho, nunca vai a uma feira de sua cidade. Mas é ir mesmo, parar o seu carro, a sua moto e andar a pé no meio do povo, vendo outras atividades diferentes, outras formas de vida.” Eu concordo, quem conhece outras realidades, aprende a se amar mais, a valorizar mais os outros também. Vamos fazer a experiência?

Fotos: Acervo pessoal

Alexandre Milla

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